O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos distúrbios neurológicos mais comuns durante a infância e adolescência. O uso do neurofeedback, que treina o cérebro, é uma alternativa sem o uso de medicamentos, o que é essencial para a saúde do paciente.
O TDAH é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado por dificuldades precoces que afetam o funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional, de acordo com o DSM-V.
Estudos mostram que os sintomas podem variar de acordo com a idade em que o diagnóstico é feito (BIEDERMAN ET AL., 2006).
Os sintomas incluem falta de atenção, hiperatividade, impulsividade, prejuízos sociais, baixo desempenho educacional ou profissional, entre outros.
É importante compreender o funcionamento cerebral dos pacientes com TDAH, pois eles apresentam diferenças específicas nas áreas corticais responsáveis pelo controle dos impulsos e da atenção.
Enquanto um cérebro normal apresenta intensa atividade nas áreas emocionais e pré-frontais durante a atividade cognitiva, o cérebro de um paciente com TDAH mostra menor ou quase nenhuma atividade nessas mesmas áreas. Isso ocorre devido à diminuição dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina.
O tratamento desses distúrbios muitas vezes envolve o uso de medicamentos, que agem de forma bioquímica, aliviando os sintomas. No entanto, os medicamentos não ensinam a lidar com o problema a longo prazo e podem ter efeitos colaterais, como perda de apetite, dificuldades de sono, riscos cardiovasculares e alterações metabólicas.
Além disso, o uso prolongado de medicamentos pode levar à tolerância ao longo do tempo, resultando em doses mais altas, medicamentos adicionais e mais efeitos colaterais.
O neurofeedback é uma opção complementar à medicação, pois age no aspecto cognitivo e comportamental do transtorno. Estudos mostram que a terapia com neurofeedback permite que o cérebro controle os sintomas do TDAH internamente, resultando em melhorias significativas. Através do treinamento, as pessoas aprendem a fazer melhorias a longo prazo, desenvolvendo autocontrole e autorregulação, pois o cérebro aprende novos padrões de funcionamento com persistência e prática.
No caso de TDAH, as áreas do cérebro responsáveis pela atenção e foco podem apresentar atividade elétrica muito lenta, o que pode levar a sentimentos de depressão, preocupação e falta de motivação. Inconscientemente, as pessoas com TDAH aumentam os movimentos corporais para estimular e "acordar" o cérebro.
Portanto, os medicamentos estimulantes são prescritos para aumentar a atividade cerebral sem aumentar o movimento corporal. No entanto, esse método pode levar a outros problemas, pois as pessoas com TDAH podem já ter muita atividade rápida em algumas regiões do cérebro, resultando em comportamentos agressivos, impulsivos ou ansiosos.
O cérebro de uma pessoa com TDAH pode funcionar em alta velocidade, tornando-se quase impossível para elas ficarem quietas ou ouvirem. Na verdade, há uma explicação para que as pessoas com TDAH sejam consideradas mais inteligentes, pois elas compreendem conceitos rapidamente. Esse ritmo mental acelerado pode fazer com que avancem antes de receberem todas as instruções, resultando na perda de detalhes cruciais.
No treinamento de neurofeedback, mais de 85% dos clientes com TDA ou TDAH aprendem a aumentar o foco, reduzir a impulsividade e gerenciar seu comportamento quando treinam consistentemente.
Em novembro de 2012, a Academia Americana de Pediatria aprovou o biofeedback e o neurofeedback como tratamentos de primeira linha ou "melhores opções" para crianças com TDAH. Portanto, para os pais em busca de um tratamento eficaz e não medicamentoso para o TDAH, o neurofeedback é uma forma de terapia que deve ser considerada.
Referências:
FONTE: https://www.drhigashi.com.br/neurofeedback-no-tratamento-do-transtorno-de-deficit-de-atencao-e-hiperatividade-tdah/?doing_wp_cron=1688067999.5620450973510742187500